Segundo um artigo recente do Google, o vice-presidente do Google e chefe de pesquisa, Liz Reid, negou as alegações de que as funções de busca com inteligência artificial e os chatbots estão reduzindo significativamente o tráfego dos sites dos editores. Reid observou que o número total de cliques orgânicos no site do Google cresceu “relativamente estável” em comparação com o ano anterior e que a qualidade média dos cliques melhorou ligeiramente.

O ponto de vista do Google contrasta fortemente com muitos relatórios de terceiros, que geralmente apontam uma queda drástica no tráfego total. Embora o Google não tenha divulgado dados específicos para apoiar suas conclusões, ele reconheceu que o tráfego dos usuários está "mudando para diferentes sites", o que resulta em "redução do tráfego em alguns sites e aumento em outros".

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A evolução da inteligência artificial e do cenário de busca

O Google tem se dedicado há muito tempo a responder mais perguntas diretamente nas páginas de resultados de busca, e agora essa tendência foi reforçada pela função "Visão Geral de IA" no topo dos resultados de busca e pela interação com o chatbot de IA. Apesar de o Google negar que este movimento está redefinindo significativamente o cenário de busca, ele reconhece que o canal preferido pelos usuários para buscar informações está mudando.

Reid destacou que os usuários estão cada vez mais recorrendo a sites que contêm "vozes reais e opiniões de primeira mão", como fóruns, vídeos, podcasts e posts. Essa tendência não começou com a era da inteligência artificial. Já em 2022, o executivo do Google Prabhakar Raghavan já havia afirmado que plataformas sociais como TikTok e Instagram estavam minando os produtos principais do Google de busca e mapas, com cerca de 40% dos jovens procurando locais para almoçar diretamente nessas plataformas. Além disso, sites como Amazon e Reddit tornaram-se preferidos para compras e pesquisas aprofundadas.

A teoria das "cliques de qualidade" do Google e os desafios reais

No último artigo do blog, o Google tentou redefinir o valor do tráfego dos sites, apresentando o conceito de **"cliques de qualidade"**. O Google afirma que o número de "cliques de qualidade" (ou seja, cliques em que os usuários ficam por mais tempo) enviados aos sites aumentou em comparação com o ano anterior. Quando os usuários clicam nos links fornecidos pela Visão Geral de IA, eles tendem a explorar mais profundamente, portanto, esses cliques têm maior valor. O Google também acredita que a Visão Geral de IA oferece mais oportunidades de exposição aos editores, aumentando a possibilidade de cliques nos sites.

No entanto, dados de terceiros parecem não apoiar essa visão otimista. Uma pesquisa recente da Similarweb mostrou que o número de vezes em que o tráfego de sites noticiosos caiu para zero devido à busca por notícias subiu de 56% em maio de 2024, quando o Google lançou a Visão Geral de IA, para 69% em maio de 2025.

O Google parece perceber os desafios enfrentados pelos editores e já lançou produtos relacionados, ajudando-os a monetizar o tráfego em declínio por meio de pagamentos pequenos ou registros por meio de newsletters, por exemplo, em vez de anúncios.

Em resumo, a estratégia de defesa do Google parece enfatizar que "a busca ainda não morreu, apenas está evoluindo", tentando convencer os editores de que, embora os dados estejam mudando, o Google ainda traz "bilhões de cliques" para os sites diariamente e está trabalhando para melhorar a qualidade dos cliques, para lidar com o cenário cada vez mais complexo do tráfego na internet.