A Anthropic lançou recentemente um guia abrangente de melhores práticas para o Claude Code, fornecendo aos desenvolvedores uma ferramenta de baixo nível com interface de linha de comando (CLI) como foco principal, destinada a integrar perfeitamente o modelo de linguagem grande Claude em tarefas de programação diárias. Este guia é baseado na experiência interna da Anthropic, enfatizando modos de codificação flexíveis, seguros e eficientes, oferecendo uma referência importante para engenheiros que desejam integrar a IA em seus ambientes de desenvolvimento existentes.

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Claude Code: A fusão do minimalismo e do desenvolvimento por proxy

O Claude Code é um assistente de desenvolvimento nativo integrado ao ambiente de linha de comando, projetado para evitar frameworks de fluxo de trabalho obrigatórios. Em vez disso, ele fornece ferramentas de interação ricas em contexto, permitindo que os desenvolvedores personalizem livremente seu método de trabalho de acordo com suas necessidades. Uma de suas funções principais é o arquivo CLAUDE.md, um documento personalizado que o Claude lê automaticamente quando chamado. Os desenvolvedores podem registrar nele comandos shell, padrões de codificação, processos de teste ou instruções específicas do projeto, melhorando significativamente a capacidade de adaptação e a percepção de contexto do Claude.

O arquivo CLAUDE.md pode ser colocado de forma flexível na raiz do projeto, em subdiretórios ou diretórios pai, ou até mesmo configurado como um arquivo global. Os desenvolvedores podem ajustar iterativamente seu conteúdo, semelhante à engenharia de prompts (prompt engineering), para otimizar o alinhamento de tarefas e a confiabilidade da saída.

Integração de ferramentas e extensão de capacidade

A força do Claude Code reside em sua compatibilidade com ferramentas existentes. Ele pode herdar diretamente o ambiente shell local, permitindo o uso de ferramentas Unix, sistemas de controle de versão e ferramentas específicas da linguagem sem configuração adicional. Além disso, ele suporta a extensão de funcionalidades por meio de APIs REST e servidores de protocolo de contexto de modelo (MCP), como a integração com o Puppeteer ou Sentry para suportar testes visuais, tarefas de navegação ou análise de telemetria.

Os desenvolvedores podem gerenciar o acesso por meio de configurações de permissão, sinalizadores CLI ou arquivos de configuração. Por exemplo, após instalar o gh CLI, o Claude pode processar diretamente problemas, solicitações pull (PR) ou comentários no GitHub, simplificando ainda mais o fluxo de trabalho colaborativo.

Fluxos de trabalho estruturados: Planejamento prioritário e otimização iterativa

A Anthropic enfatiza a importância do planejamento e da decomposição de tarefas no guia. Os desenvolvedores são incentivados a orientar o Claude a ler os documentos relevantes, gerar um plano detalhado e, em seguida, implementar e verificar gradualmente as soluções. Por exemplo, usando palavras-chave como "think hard" ou "ultrathink", o tempo de raciocínio interno do Claude pode ser prolongado para gerar soluções mais bem pensadas. Os desenvolvedores podem revisar o plano, sugerir modificações ou gerar documentos como problemas do GitHub, antes de prosseguir para a fase de implementação.

O guia também apresenta vários fluxos de trabalho estruturados, como o desenvolvimento orientado a testes (TDD). Neste modo, o Claude primeiro gera casos de teste de falha e os envia, e depois escreve o código de implementação que atende aos testes. Além disso, o Claude suporta o desenvolvimento baseado em mockups visuais; em combinação com ferramentas de captura de tela ou integração MCP, garante que o código front-end gerado corresponda ao projeto e suporta otimização iterativa.

Automação e operação sem cabeça

Para atender às necessidades de automação, o Claude Code fornece um modo sem cabeça (headless mode), permitindo chamadas em pipelines de CI, GitHub Actions ou ganchos pre-commit. Fornecendo uma solicitação sem cabeça por meio do sinalizador -p, a saída pode ser formatada como JSON em fluxo, facilitando a integração em fluxos de trabalho de dados ou sistemas de monitoramento.

Em cenários automatizados, o Claude pode executar tarefas como revisão de código subjetiva (subjective linting), classificação de problemas ou análise estática de código. A Anthropic recomenda que os desenvolvedores limitem as permissões e usem ambientes de sandbox para reduzir potenciais riscos de segurança.

Múltiplos agentes e modo de desenvolvimento paralelo

O guia também explora a possibilidade de desenvolvimento paralelo com múltiplos agentes. Os desenvolvedores podem iniciar várias instâncias do Claude, assumindo papéis diferentes (como implementação, revisão ou teste), e executá-las em diferentes worktrees ou checkouts do git. Este modo imita a colaboração de equipes distribuídas, isolando efetivamente as tarefas e reduzindo a sobrecarga de troca de contexto.

A configuração baseada em worktree permite que os desenvolvedores gerenciem várias tarefas concorrentes em diferentes diretórios de trabalho, garantindo que o Claude permaneça focado em tarefas específicas, melhorando assim a eficiência do desenvolvimento.

O guia de melhores práticas do Claude Code da Anthropic demonstra novas possibilidades da IA na área de engenharia de software. Diferentemente dos frameworks de agente único, o Claude Code enfatiza a composição, a otimização iterativa e o controle do desenvolvedor, fornecendo aos engenheiros experientes uma ferramenta flexível para construir sistemas confiáveis e fáceis de manter.

Guia: https://www.anthropic.com/engineering/claude-code-best-practices