Nos campos de exame universitário, a "invasão" da IA já está acontecendo silenciosamente. Uma pesquisa da Universidade de Reading, na Grã-Bretanha, revelou um fenômeno surpreendente: em exames universitários reais, 94% das respostas geradas por IA passaram despercebidas pelos professores. Mais chocante ainda, esses "alunos" de IA obtiveram notas significativamente mais altas do que os alunos humanos em 83,4% dos casos. Isso parece indicar que a IA não apenas mostra potencial para substituir o trabalho humano, mas também começa a superar os universitários em tarefas cognitivas.

Esta pesquisa não ocorreu em um laboratório fechado, mas sim em um ambiente de exame real. A equipe de pesquisa conduziu um "teste de Turing" na Faculdade de Psicologia e Ciência da Linguagem Clínica da Universidade de Reading, sem informar os avaliadores. O exame incluiu questões de resposta curta e dissertações, com conteúdo gerado por IA misturado, representando cerca de 5%. Os pesquisadores usaram prompts padronizados para que o GPT-4 gerasse respostas, sem modificar o conteúdo, para garantir a "autenticidade" da IA.

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O processo de avaliação seguiu os rigorosos padrões da Universidade de Reading, incluindo avaliação preliminar, revisão independente e reuniões de calibração da equipe de avaliação. No entanto, mesmo sob esse escrutínio, as tarefas enviadas pela IA foram difíceis de detectar. Os resultados da pesquisa mostraram que as tarefas geradas por IA não foram detectadas em vários módulos e as notas costumavam se concentrar na faixa alta.

Esta descoberta levanta sérias reflexões sobre a integridade acadêmica e os objetivos da educação. Se os alunos podem usar a IA para gerar conteúdo de alta qualidade e isso é difícil de detectar, como devemos reformar o sistema educacional para se adaptar a essa nova tecnologia? No ano passado, um artigo na revista *Nature* também apontou que a IA já demonstra capacidade de pesquisa de informações, integração e análise crítica ao concluir tarefas de cursos universitários, o que coincide com os objetivos de formação universitária.

A conclusão desta pesquisa é, sem dúvida, preocupante. A capacidade do GPT-4 torna muito difícil detectar alunos usando IA para trapacear, e há uma alta probabilidade de obterem melhores resultados. Isso não apenas representa um desafio para a integridade acadêmica, mas também nos leva a refletir sobre o futuro da educação. Embora alguns internautas tenham ironicamente questionado se esta pesquisa também foi realizada pela IA, os autores afirmam categoricamente que o conteúdo da pesquisa foi totalmente realizado por humanos.