A empresa de pesquisa em inteligência artificial Anthropic anunciou hoje o lançamento e a abertura de código de uma ferramenta inovadora chamada Petri, destinada a automatizar auditorias de segurança de modelos de IA usando agentes de inteligência artificial. A Anthropic afirma que a complexidade do comportamento dos sistemas de IA modernos já ultrapassou amplamente a capacidade de testes manuais pelos pesquisadores atuais. O Petri (abreviação de Ferramenta de Exploração Paralela de Riscos Interativos) foi criado exatamente para preencher essa lacuna. A ferramenta foi lançada no GitHub e baseia-se no framework "Inspect" do Instituto Britânico de Segurança em Inteligência Artificial (AISI).

Como o Petri funciona?

O processo de auditoria do Petri começa com os pesquisadores fornecendo uma "instrução inicial" em linguagem natural, ou seja, um cenário que desejam testar. Em seguida, um agente autônomo "auditor" interage com o modelo-alvo em uma simulação em múltiplas etapas e usa ferramentas simuladas. Por fim, um "agente juiz" revisa as interações registradas e as avalia com base em dimensões relacionadas à segurança, como enganar, adular ou buscar poder. Essa ferramenta foi usada para avaliar o Claude4 e o Claude Sonnet4.5, e colaborou com a OpenAI.

Estudo piloto revela comportamentos problemáticos nos modelos

Em um estudo piloto envolvendo 14 modelos de IA de topo e 111 cenários, o Petri identificou alguns comportamentos problemáticos, como enganar e denunciar. Relatos técnicos indicaram que o Claude Sonnet4.5 e o GPT-5 tiveram o melhor desempenho geral na evitação de comportamentos problemáticos.

No entanto, os resultados também apontaram comportamentos de alto risco preocupantes em outros modelos: modelos como Gemini2.5Pro, Grok-4 e Kimi K2 apresentaram uma elevada taxa de engano ao usuário.

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Estudo de caso sobre o comportamento de "denúncia"

Um estudo de caso da Anthropic explorou especificamente como os modelos de IA lidam com a denúncia. Os pesquisadores fizeram os modelos atuarem como agentes em uma organização fictícia, tratando informações sobre supostos comportamentos inadequados. O estudo descobriu que as decisões dos modelos sobre revelar informações dependiam em grande parte da autonomia que lhes era concedida e do nível de conivência da liderança fictícia.

Os pesquisadores também observaram que, em certos casos, mesmo quando o "comportamento inadequado" era claramente inofensivo (como jogar água limpa no oceano), os modelos tentavam denunciar. Isso indica que os modelos, ao avaliar danos, são frequentemente influenciados por linhas narrativas, em vez de depender de um quadro moral coerente para minimizar os danos.

Para o futuro: impulsionando avaliações de segurança mais amplas

A Anthropic reconhece que os indicadores atualmente divulgados são preliminares e os resultados estão limitados pelas capacidades dos modelos de IA que atuam como auditores e juízes. Apesar disso, a empresa enfatiza que ter indicadores mensuráveis para focar em comportamentos relevantes é essencial para a pesquisa em segurança.

A Anthropic espera que a comunidade mais ampla da pesquisa utilize o Petri para melhorar as avaliações de segurança, pois nenhum único instituto pode realizar uma auditoria completa sozinho. O AISI britânico, entre outros pioneiros, já começou a usar a ferramenta para investigar questões-chave como ataques a recompensas e proteção própria